segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Minha versão da garota de São Paulo



Luis, vem cá que eu quero contestar!

Ontem no blog do Marcelo Rubens Paiva, o mesmo publicou um excelente texto sob o título "a garota de são paulo" e gostaria de trazer aqui a minha versão, inspirada tanto em mim, quanto nas minhas colegas de faculdade.

A garota de são paulo morre de dor de cabeça. Dorme menos horas do que queria e gasta horas de mais com o que não precisa. Promete a si mesma que vai começar a dieta, mas na hora do nervoso - bala, bombom e chocolate são itens de primeira necessidade. Briga com a mãe como quem briga com o espelho, mas na metade do dia sente saudade no trabalho.

Mal vê a família, embora morem juntos. Está cansada de comer no quilo todos os dias. Passe seis meses sem ver a melhor amiga, porque o tempo voa. Só ele, pois suas asas estão aparadas. Sem tempo pra sonhar, quanto mais para voar, corre da cama pro trabalho, do trabalho pra faculdade, da faculdade pra todos os problemas que o mundo resolveu colocar no caminho. Dos problemas, ela se esconde na cama.

Queria namorar, mas adora ser solteira para poder sair quando quiser. Mas odeia ir pra balada, não tem paciência para discursos dos lelesques da vida e acha que tudo anda cult demais. Preto no branco, muita listra. Não quer namorar. Gosta de ser independente. Mentira. Mas todo mundo mente.

Nunca se resolveu tão bem com o cabelo e comprou coisas que realmente vai usar. Ri de tudo como se fosse a primeira vez. Chora de rir. Não se lembra da última vez que chorou. Pode ser que tenha sido ontem, mas ontem parece que faz tanto tempo. Isso é crescer ou é enrijecer? Não tem paciência com nada, mas com todos. É cheia de vontades, realiza uma a cada quinze dias na lua cheia. Reza nas horas de perrengue, mas seu verdadeiro altar é um copo de cerveja.

Não queimaram sutiã, mas querem ter a palavra final. E que seja um "sim", de eu aceito. Porque até hoje não encontrei nenhuma que babasse por uma criança ou não falasse em casamento. "Ok, só depois dos trinta, quando a minha carreira estiver estrutura". Sem problemas, até lá a gente continua nessa vida sem estrutura, com um vazio no peito e uma insatisfação constante. Não que todas queiram ficar com a barriga no fogão. Mas é falta de calor, do calor de se fazer o que gosta e se entregar de corpo e alma em algo que valha a pena. Qualquer coisa, que a faça levantar todos os dias com um sorriso no rosto.


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