sexta-feira, 17 de junho de 2011

Não aprendi a dizer adeus...

Caros leitores, Luiz, amigos da bancada, militantes, companheiras, companheiros, animais quadrúpedes e Ana Maria. Hoje venho até vocês com um dos posts mais difíceis que já tive - quiçá TEREI - que escrever na minha vida.

Quando eu tinha singelos 19 anos (Deus, isso faz muito tempo), minha vida era simplória. Não tinha a quem amar, e não era amada. Ninguém pra me trair, ninguém pra ser fiel. Possuía um emprego chato, com um salário pífio e minha única alegria era estudar (cê jura). Foi aí então que eu o conheci. Não, não era Jesus. Até porque se fosse, eu teria começado o texto com "eu era uma bêbada, que vivia drogada e hoje estou curada", mas não é esse o caso. Quero falar dele. Nossa história de amor começou em meados de março, por aí. Ouvia falar no bambambam desde que adentrei a Cásper. As meninas surtavam por causa dele, e os caras se vangloriavam do que faziam quando ele estava junto. Enfim, ele era o CARA.

Quando finalmente nos conhecemos, me arrepiei, senti a adrenalina passando pelas minhas veias - talvez fosse a Sukita gelada e o sol quente, talvez fosse o chão duro que causou concussões na minha cabeça. Senti que eu era dele e ele era meu, e juntos, éramos um só. Ele soube me vestir, me educar e me fez conhecer um mundo novo, cheio de samba, suor e sacanagem, amor, vibração e delírio. As batidas do meu coração possuíam um novo ritmo, contagiante. E assim nasceu o nosso amor.

Ah, como eu sofria de amor todos os anos... a espera por ele me matava, e quando se aproximava a hora de vê-lo, nossa, como eu ficava feliz! Como diria Eça de Queiroz: "sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!" Durante três anos, tivemos nossos encontros, quatro dias exclusivamente para ele. Eu me dediquei e me entreguei de corpo, alma e coração. Perdia a voz, a força, ficava exausta, mas tudo valia a pena. Foram três lindos anos... Mas como nem tudo na vida são flores, veio a hora da despedida. Desde o princípio já sabiámos que isso viria a acontecer. A separação era iminente. Não poderia seguir assim pra sempre.

Agora, no dia 26 de junho, eu terei que dizer adeus a ele, que me deu tantas alegrias nos últimos três feriados de Corpus Christi. Ele que me foi fiel, embora tivesse mais milhares de amores. Com o coração na mão, olharei pra trás e o verei ficar com um pedaço de mim. Enquanto o sol se põe, partirei de volta pra casa, relembrando os bons momentos de frenesi, alegria, embriaguez, tristeza, raiva, cansaço, felicidade e prazer. De certo, um mix de sensações que só ele mesmo poderia proporcionar. Compreendeu meus porres, minhas babaquices, minha falta de banho e até mesmo minhas péssimas condições físicas. Não tinha ciúme de outros, nem de meus amigos e sequer ligava de me ver sempre de camiseta vermelha e com uma caneca semi-suja na mão. Quer mais o quê?

Mas tudo acaba um dia, e o que foi paixão no começo, transformou-se em amor - desses de filme, incondicionais. Ele é meu cavaleiro andante. Enquanto penso nele, agora, há uma nuvem de lágrimas sobre os meus olhos, mas há também um calor - não daí de onde vocês tão pensando, ok? - que me faz esquecer da dor que virá e lembrar somente do melhor: drink all day, play all night. Daqui menos de uma semana vou reencontrar o meu amor e dizer: JUCA, EU TE AMO E VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR! Por isso, amigos, abracem vocês também suas canecas e venham comigo tirar uma casquinha desse LINDO e voltar pra casa com ótimas lembranças na memória, marcas de bons tempos no corpo e um coração VERMELHO, pulsando firme, cheio de gratidão pelos melhores dias dos últimos tempos da última semana.

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