terça-feira, 28 de junho de 2011

Patinho Feio campeão!


Domingo, 26 de junho de 2011, mais ou menos 9 da manhã. Alguém gritava lá fora: "Vamo acordar, Cásper! Vamo acordar, Cásper!" Meus olhos não estavam abertos, sequer sabia realmente o que estava acontecendo, mas logo que despertei de verdade, me toquei: Hoje acaba. Bum! Meu muuundo caiu... Em meio a minha tristeza disfarçada, conversas sobre a falta de água no banheiro e vontades escatológicas, flashes da noite anterior: um grupo de rapazes arrastando carros parados na rua, pra o busão passar, frio, fome e dor nos pés. Levantei e logo me troquei. Fazia um puta de um vento gelado. Mochilinha, café-da-manhã, conversas sobre os jogos e bora pro busão!

No dia anterior ouvi uma das melhores estórias (sim, com e) da minha vida: mackenzie perdeu por WO no hand, contra a PUC-SP, por burrada da atlética, após criar uma rivalidade enorme com a Cásper e até correr atrás de jogadora fodida pra jogar com a gente! Pena que sem carteirinha não dá, né? Naquele domingo frio o sol se abriu e vimos o handebol masculino perder em um jogo disputadíssimo, no qual o título beijava a Cásper no rosto, e corria pro outro lado. Resultado: após muito sofrimento, após empatar no ÚLTIMO SEGUNDO DA PRORROGAÇÃO, perdemos na loteria mais maldita do mundo, os "pênaltis". Mas mantivemos as esperanças! E enquanto isso, em algum lugar, tinha bolinha pra lá, bolinha pra cá, e nem sabíamos o que nos aguardava!

Pouco tempo depois, estaríamos todos entoando um dos melhores cantos casperianos: o Campeão Chegou! Abraços, abraços e mais abraços. Arquibancada em polvorosa, atlética com champagne pro alto, eu com o coração na mão! Queria correr e gritar, mas nem voz mais eu tinha! Já era certo, éramos campeões! Teve até foto dos vencedores, mas mesmo assim, era esperado o momento da celebração maior, quando tudo acabasse de vez, e poderíamos soltar o grito que vinha preso na garganta há 18 anos! Na ginásio de vôlei já era festa, FESTA NA ANTENA! Rolou a última integração MetoCásperEca e a torcida era só alegria. Tomei um banho de chopp, vi tapa bem dado na cara, alegria estampada no rosto, guarda-chuva vermelho e branco, meninas da atlética sambando, atleta chapado de natação desfilando suas medalhas, amigos emocionados. Vi de tudo. E logo depois, via a Cásper ganhar o último título disputado no JUCA, de virada (que é mais gostoso), e daí aconteceu...



Mar vermelho. Nem arrisco dizer o número, mas a sensação era que havia milhões - os que estavam lá e os que não puderam estar. Eu não acreditava, não conseguia acreditar que aquilo era verdade, que finalmente tinha acontecido e que eu estava lá para testemunhar. Nunca choro, e nesse dia eu chorei, mas de alegria, que é o melhor. Abracei aquele que hoje está no topo de tudo isso que acontece na Cásper e ele me disse: Você não podia ir embora sem ganhar. Chorei mais ainda e pude ver o quanto aquilo tudo significava pra mim também. Eu, mera torcedora, me senti apenas uma célula em um organismo muito maior. Parece bobagem, né? É. Mas não é.

Hoje eu paro e penso em como aquilo tudo foi surreal, e também merecidíssimo para uma faculdade que nem quadra tem para jogar. Os "outsiders" do esporte fizeram história no maior evento de Comunicação e Artes. Musos do verão, que já sambaram com o Molejão e foram apadrinhados pelo Mallandro, que começaram como apenas mais uma faculdade que não apresentava perigo, e cresceram. Aqueles que "sentam na Antena", estudam em um prédio feio e cinza que nem São Paulo, mas que também fazem as melhores festas, tem a torcida mais heterogênea e descolada, e estão localizados no melhor lugar da cidade. Esses aí, os patinhos feios do JUCA agora dizem: Cê não tem escolha, olha e respeita. A Cásper é foda, a Cásper é foda...

Parabéns, pra nóis! Luis, agora me trás uma bebida caprichada, bota um Felipe Dylon no rádio e deixa eu sambar a minha vitória!

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