terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ah, como era bom!


Fala, garota! Fala, garoto! (serginhogroisman)

Hoje eu estava lá, parada no 715-M Largo da Pólvora/Jd. Maria Luiza, a caminho da bela Casperê Liberô, e por lá fiquei durante deliciosas duas horas. Qualquer um ficaria puto! E eu fiquei, mas não sem antes absorver como foi rica a experiência de observar o comportamento alheio.

Enquanto uma moça ria histericamente ao celular, um cara cochilava do seu lado e uma menina ouvia pagode alto lá na frente. E muitas outras coisas aconteciam. Entre elas, uma garota que se maquiava e falava freneticamente com a menina do lado.

"Preciso chegar logo! É aniversário do Anderson*, e imagina se eu vou chegar lá desse jeito? Cheirando a ônibus ainda!" e a outra concordava com a cabeça, muito simpática com a crise existencial da companheira de coletivo. Afinal de contas, vai fazer o quê, né?
(*nome fictício, porque eu não lembro)

E isso me fez pensar: como as coisas eram mais simples antigamente, não? Vendo fotos de família, por exemplo, consegui reforçar ainda mais o meu ponto. Se bem que pode ser que as pessoas realmente se preocupassem com a aparência antes e minha família que era formada por mendigos por vontade própria e bicheiros wannabe.

Meu aniversário de sei lá quantos anos: minha mãe com um moletom BEGE desses que você usa de domingo, quando tá bem frio, e aí você sai com ele porque deu aquela vontade de comer uma bomba de chocolate da padaria e você tá com preguiça de se trocar, sabe? Aquele manchado de cândida. Isso, esse mesmo. Quem riu tem.

Hoje em dia, se eu falar pra ela que vou de moletom em uma festa de aniversário, o máximo que eu ganho é desprezo, seguido de uma chinelada na cara. Assim, sem cerimônia! "Onde já se viu se vestir desse jeito?" Hum... não sei, talvez nas suas fotos de 20 anos atrás?

Deveria usar esse argumento todas as vezes que eu penso em sair de casa e nego me NOTA, me MIRA, me MEDE e fala: "É isso que você vai vestir?" Não, não... isso é o que eu visto aqui em casa mesmo, porque quando eu chego na rua, eu tiro. Minha verdadeira roupa é minha pele!

PORRA! Não enche meu saco a não ser que você seja uma pessoa sem falha alguma na moral vestuária, a não ser que você seja alguém que nunca usou pochete, boné de time de basquete americano ou meia 3/4 amarela, assim, porque achava bonito. Não preciso ouvir nada de alguém que já se vestiu como a Olivia Newton John em "Physical" ou como Mc Hammer.

Tudo bem que na época deles isso era estilo total. Até aí, Xuxa vestia uns shorts brancos que vinham até o peito, com botas também brancas e cabelo amarrado pra cima, e era um arraso. Hoje, se você sai assim na rua, tem nego da Universal querendo te usar no "Fala que eu te escuto".

Olha, tenho saudades da época que eu saía de camiseta do Patolino e chinelo e ninguém me olhava como se eu fosse o fantasma do Mário Covas.

Saudades da época que meu pai passava o natal de bermuda e regata e mesmo assim todo mundo era feliz.


Nenhum comentário:

Postar um comentário