Loko é poko!

Companheiros! Quanto tempo, não? Tamo aí, de volta, na atividade! Nessa nave louca chamada PPP!

Passei uma madrugada sem sono, virando pra lá e pra cá na cama, tentando contar carneirinhos, mas sem sucesso. Então fiz o óbvio: decidi ficar de ponta-cabeça na cama, igual eu fazia quando criança. A única diferença é que antes eu pesava uns 100kg a menos e tinha mais agilidade pra virar e desvirar. Mas é sempre bom - rola um barato quando o sangue desce todo pra cabeça!

A verdade é que eu era uma criança doente - assim, de imbecil mesmo. Curtia muito ficar de ponta-cabeça e depois era obrigada a sentar quieta porque meu nariz sangrava. Daí eu ficava muito sozinha em casa. E meu hobby era jogar coisas pela janela. Jogava bananas, arroz, ovos e, em uma ocasião especial, o anel de noivado da minha mãe. Quando descobriram, fui malandraça e disse que tinha sido a minha tia. Sagacidade: define. Sem contar a vez que joguei um ovo nas crianças do parquinho e depois apareci na janela pra pedir desculpas: "Mal aí".

Acho que isso é meio de família também. Um dos meus primos molhava o papel higiênico na água da privada e chupava. Outro achou que era o Super-Homem e pulou de cima do escorregador, levando quatro pontos depois. E ainda tem um que quando perguntavam o que ele queria ser quando crescer, respondia sem titubear: CAVALO. Eu levei pra escola pequenas "espadinhas" que eram feitas pra pegar petiscos - com elas, eu espetei todos os meus amigos e fui parar na diretoria, dizem por aí que foi isso que causou o caso de Columbine, nos EUA.

Hoje em dia as crianças já não sabem mais ser doentes na medida certa. Ou ficam o dia todo jogando pokemón, ou chegam na escola com uma bazuca doida e acabam com os problemas dos coleguinhas chatos. A única bazuca que eu usava era feita de um pedaço de cano e uma camisinha, e utilizada pra atirar feijão no banheiro do vizinho. Bullying na minha época era de boa, ninguém processava ninguém, e muito menos saía matando. Zueira se resolvia com zueira. Lei da selva, tá ligado?

Me preocupo com a situação dos meus filhos que virão um dia. Espero que eles possam ser felizes e doentes como eu fui. Jogando sapo pela janela e fazendo "bazuquinhas" - só num faço questão do bagulho de chupar papel higiênico, isso já é extrapolar.

Um brinde aos doentes que virão!