quinta-feira, 6 de maio de 2010

Lovestory


Minhas violetas na janela,

Todos os dias eu ando de metrô. Seja para ir para a faculdade, para o estágio ou para qualquer outro lugar que eu precise. Moro ao lado da Estação Imigrantes - Linha Verde, e nada poderia ter facilitado mais a minha humilde vidinha. Gosto do metrô pela sua praticidade e rapidez, ao contrário do ônibus, mas eu odeio as pessoas que andam comigo lá.

Quando chego na Linha Vermelha, eu já começo a surtar. Repudiando todos a minha volta. Cadê a educação? Será que esta menina não sabe que outras pessoas querem segurar na barra e que ela não precisa ficar abraçada nela? Por quê raios esse cara gigante está me empurrando? E por aí vai...

Mas existe uma coisa que me dá um pouco de ânimo todos os dias: o projeto "Poesia no Metrô", que conta com obras, de renomados nomes da literatura, estampados nas paredes das estações e nos vagões de alguma linhas.

Não sou muito fã de poesia, nem nunca fui. Talvez por falta de sensibilidade e paciência da minha parte, mas os poucos trechos que eu leio, em meio aquela confusão, realmente mudam o meu dia. E um deles é o poema Fanatismo, da portuguesa Florbela Espanca, que eu faço questão de ler todos os dias antes de entrar no vagão, no fim da plataforma da Estação Imigrantes:

Fanatismo


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !


Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !


E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."

Um comentário:

  1. q lindo....uma luz no fim do túnel....

    ainda odeio o metrô! hsahsahhashashashahsuhahshasuhashashahs!!
    brinks!

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