Ai, ui-ui, ai, ai, ai...

Ai, por favor! Socorro, alguém chame o... garçom!

Sabe, tchururu, o que você queria ser quando crescer? Hoje você é tudo aquilo que um dia esperava ser? A vida é tão complicada... queria férias infinitas, ir na faculdade só pra dançar na buatchi da sala, comer subway e ir no china. Odeio ter que ir trabalhar e ficar o dia inteiro sentada - me dá dor no cóccix -, aí toca pegar o coletivo pra retornar pro cocho.

Quando eu era criança, meu sonho era ser cantora. Eu lembro o dia que eu desenhei isso no 2º pré, num papel sulfite. Confesso que copiei o desenho da menina do lado, por que eu nao tinha a mínima ideia. Poxa, eu não conseguia pensar em nenhuma profissão fácil pra desenhar naquele momento crítico.

Ironia do destino. Logo eu, com a voz mais patética da paróquia. Mas eu queria ser cantora. É a melhor profissão do mundo, mais que jogador de futebol. Pensa comigo. Jogador ganha milhões, pega todas as mininhas, o estádio inteiro grita seu nome, você ganha milhões e deveria estar sempre com o corpitcho em forma.

Todavia, contudo, entretanto, sempre vem a má fase. E o que acontece? Te mandam embora do clube, te batem, te xingam, te chamam de bandido. Com cantor não rola isso. Seus fãs mais fiéis sempre estarão lá no gargarejo, bebendo seu suor, mesmo que você fique gorda como a Mariah Carey ou raspe o cabelo como a Britney. Fã é sempre fã.

Queria ter uns fãs. Ou não.

É legal cantar dirigindo...