Gordinho Pride

Majestades da minha existência,

É hora de falar sério. E o assunto agora é vital: ser gordo no século XXI.

Pode me chamar de superficial, de qualquer mimimi que vier à cabeça, mas eu não dou a mínima. Ser gordo - ou gordinho, ou “fortinho”, robusto, ter ossos largos, ser “fofo” ou grande – não é somente um estado físico, é também um estado de espírito. Quase uma arte.

Há muito tempo a nossa espécie (Sim. Nossa. Falo por mim e por todos os meus companheiros de garfo) vem sendo hostilizada, levando apelidos pejorativos e sendo discriminada nas aulas de educação física. Nos filmes nós somos burros e na televisão nós somos pentelhos que falam “ô louco, meu!”, ou um bando de brutamontes que tentam perder peso para ganhar dinheiro. Mas, e na vida real, somos o quê?

Os magros que me perdoem, mas a vez é dos gordinhos! E “gordinho” eu uso muito contrariada, porque tudo que termina com “inho” é depreciativo, e convenhamos que de “inho” nós não temos nada!

Ser gordinho atualmente é moda! Vejam Queen Latifah, vejam Precious, a gordinha do Oscar lá! Vejam a garota que vos fala aqui! E a que vos falou sobre polenta há pouco. Somos ilustres, bem-humoradas, carismáticas, engraçadas, espirituosas, cheias de molejo e charme. Nós entendemos muito mais de comida do que qualquer chefe francês rebuscado e esnobe. Sabemos fazer piadas com nós mesmos e, claramente, temos muita malemolência.

E o que é um gordinho senão uma pessoa recheada de maravilhas? Porque, cá entre nós, se somos assim é porque comemos do bom e do melhor e em abundância. Ou você acha que salada de acelga deixa alguém com um sorriso na cara?

Se você leu, se identificou, sorriu ou até mesmo chorou, então dá cá um abraço! Quem não ama um gordinho, não sabe o que está perdendo!