terça-feira, 20 de abril de 2010

Hoegaarden

Mais duas, Luis!

Vamos degustar! Hoegaarden. Não sei o que quer dizer esse nome e muito menos busco saber. Nem sei se tem algum sentido. Para mim, basta a intuição e ela diz que são os Jardins suspensos da Babilônia. Só pode ser isso! Afinal, a melhor cerveja que conheço tem que ter algo misterioso.

Prosseguindo a minha degustação - ainda em tempo, nunca divida uma cerveja dessa, pois, o sabor dela no início da garrafa é diferente da do final -, a witbier Hoegaarden possui um sabor ímpar, que vai do frutado ao condimentado. Tudo por causa da mistura do trigo, das sementes de coentro e das cascas de laranja azuis. Essas últimas, importadas de Curaçao pela pequena cidade de Hoegaarden desde o século XVIII.
Há registros que ela já era feita desde 1445 por monges cervejeiros. Em 1950, a fabricação chegou ao fim e somente, em 1965, ela voltou a ser produzida. O mérito pode ser creditado ao leiteiro, Pierre Celis, que resolveu reproduzir em seu palheiro, com ajuda de um cervejeiro, um néctar parecido com aquele que ele bebia quando jovem.
Nos anos 80, com o crescimento da demanda pela cerveja, o Pedro belga comprou uma antiga fábrica de refrigerantes e transformou-a em uma cervejaria. Após um incêndio em 1985, Celis precisou de um empréstimo para reconstruir sua fábrica. Esse foi concedido pela Interbrew (hoje, conhecida como a gigante InBev), que rapidamente tornou-se parceira de Pierre. E é aí que nasce o perigo. Como parceira, a Interbrew queria usar a marca Hoegaarden e produzir uma cerveja padronizada para consumo em massa. Ideia completamente oposta da do Pedro belga, que queria fazer experimentos com sua receita visando melhorá-la. Algum tempo depois, Celis deixou a empresa.
Em 2005, a InBev anunciou planos para fechar a fábrica em Hoegaarden e produzir em Jupille. Contudo, ocorreram inumeros protestos locais e pelo mundo contra tal projeto. E em setembro de 2007, a tradição venceu os bárbaros de colarinho e a empresa divulgou que a fábrica continuaria aberta em Hoegaarden.

Após essa breve história, preciso informar aos desavisados botequeiros que o preço da criança no Brasil é bem salgado. Normalmente a long neck custa 5 reais no supermercado e dificilmente é encontrada em bares por esse chão sem fim. Ah, no fundo da garrafa sempre ficam uns vestígios dos ingredientes, mas não se preocupe, não é sujeira, não!

Por fim, escrever bêbado é bom, mas de ressaca, ninguém merece.

Sair sem saideira dá azar! Luis, vê a última!

Nenhum comentário:

Postar um comentário